terça-feira, 23 de outubro de 2007

Tu ignorastes a dor que vivia em mim





Já não me assustam teus olhos frios como punhais,
Nem tuas palavras como lâminas geladas.
Hoje tenho outro amor por escudo,
Com quem divido minhas madrugadas.

Tua lembrança já não me machuca,
Outrora um fardo de agonia,
Agora pálidas figuras que pertencem ao passado,
Nem sei se existiram um dia!

Quantas vezes me ouvistes soluçar?
Tu sabias do mar de mágoa que carreguei
Mas seguistes frio, sem piedade, enfim.
Como tu ignorastes a dor que vivia em mim!

Agora, tu invejas o amor que te devotei,
Pois em outros braços, em outras bocas,
Não encontrastes o manso descanso,
E nem os mágicos sabores que lhe proporcionei.

ML Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 23/10/2007
Código do texto: T706255