sexta-feira, 11 de julho de 2008



Sublimação de um instante de amor


Sou eu que lhe rasgo a roupa,
Que lhe rasga a pele.
Sou aquela que lhe rouba
A sanidade,
A razão,
A tudo nos impele.
Entre quatro paredes,
Somos um só,
Dos nossos corpos
Fazemos um nó.
Gritos sem dor,
Lábios que sangram
Num profundo beijo de amor.
Você vem,
Eu lhe recebo.
Desejos você tem,
Eu percebo.
Seu olhar não é mais o mesmo,
Ele busca o meu em forma de súplica
Dominada pela paixão estou a esmo,
Numa ânsia que se duplica.
Cavalgamos na noite de luar,
Suados, com fome de amar.
Enfim derramamos nossos desejos,
Deitamos silenciosamente,
Com medo das palavras,
Que ficam presas na mente.
Silêncio, nada mais...
Falar o que?
Nossos corpos falaram demais!

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 11/07/2008
Código do texto: T1075716