quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Vitor Aguiar Procópio - Morte gripe suina


Amanhã poderá ser tarde

Fiquei pensando na morte,
Morreu um amigo de 24 anos, o Victor!
Estudava na Unicamp, que sorte!
Mas não foi atendido a tempo, falhou seu anjo protetor...

Não quero perguntar o porquê, nem lamentar...
Quero apenas lembrar que "é preciso amar como se fosse o último dia"
Por isso estou aqui , para lhe lembrar,
De todos que lhe amam e de todos que você ama...
Faça disso uma magia,
Declare-se,
Receba o afeto que lhe dão,
Seja manso de coração.
Abra os braços, receba sempre quem lhe busca,
Vá atrás, bem correndo, se possível,
Fale de seu amor quantas vezes precisar
Mas não deixe para amanhã,
Talvez esse dia para um dos dois não virá.



Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 27/08/2009
Código do texto: T1777252

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Por você




Reinvente seu cabelo,
Reeduque sua alimentação,
Coma mais para engordar,
Cuidado é para engordar, mas somente uns dois kg.
Cuide da pele com hidratante, mas a marca que representa.
Cuidado com as olheiras,
Use batom com boa dose de hidratante para não ressecar,
Não vá em outro cabelereiro, a tinta tem que ser a da foto.
Não se esqueça da academia,
Pingue o colírio nos olhos de manhã para clareá-los.
Olha suas unhas! Precisa de mais cuidado, está lascando com facilidade.
Hoje é dia de ir ao dentista para clareamento.
Vá ao massagista, sua postura está lhe dando aparência de cansada.
Apareceu pelo menos um dia na semana na academia que fez o
piloto conosco?

Cansei!
Sou mais do que isto,
Eu sei.

Como cuidar da minha alma,
Se não me dão calma?

Quero ficar na cama,
Preguiçosa...
Sem preocupar com pele viçosa...
Quero comer chocolate de montão,
Sem etiqueta,lambuzar a mão.

Quero descer do salto,
Quero beber água, vinho, cerveja,
Sem preocupar com rótulo do concorrente,
Sem importar que todo mundo veja.

Quero andar descalço,
Mostrar minha tatuagem,
Quero morar sozinha,
Sem amarras, sem vigia.
Quero um pouco de vadiagem,
Namorar como uma criança,
E amadurecer com a luz do dia.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 25/08/2009
Código do texto: T1773197

sábado, 22 de agosto de 2009

Medo de amar



Escondida dentro de mim
Uma mulher luta para sobreviver
Em cada passo triste
A incerteza se o caminho certo existe.

Nos bastidores da vida,
A mulher espreita comovida,
No coração um sentimento inusitado
Não tem coragem de enfrentar o amor, um palco iluminado!

Escondida dentro de mim segue no limiar da dúvida,
Temendo que alguém desconhecido lhe bata a porta
Que não seja o seu homem tão esperado,
Que não lhe traga alegria, que não lhe conforta...

Insensata! Não decide o seu destino.
Imóvel na beira da estrada a esperar
Faz da vida um desatino,
Não vê que amor e dor é a vida borbulhar.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 22/08/2009
Código do texto: T1767606

terça-feira, 18 de agosto de 2009



Nossa história

Quando não te doeu acostumar-te sem mim
Lembrei do tanto que amei a ti
Quantas vezes delizando sobre teu corpo,
De mim, da minha essência esqueci?

Sobre ti minhas lágrimas choram dor
Morro-me da ausência do teu amor
Tu morres também, devagarzinho...
Morres no meu coração, onde foi teu ninho.

Recordo dos passeios da minha mão em teus cabelos
Tocando teu corpo em cada recanto
Revelando-me, sem pudor, no teu canto.
Passado recente para eternidade, distante para nossa verdade.

Teu silêncio, navalha que corta minha alma!
Linguagem de sentido profundo
Gestos repletos da ausência de amor,
Fala-me do desamor com frieza e estranha calma.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 18/08/2009
Código do texto: T1760035

sábado, 15 de agosto de 2009

Um conto do MSN



Ele diz:

sim... Fui muito amado e muito desejado...Pelas minhas ex.


Ela diz:

Isso eu não sei. Estou falando por mim. Gostaria que a realidade fosse como você imagina, pois assim não estaria sofrendo como estou. Fico revoltada comigo por ter sido tão ingênua e idiota. Sempre me policiei muito, no entanto fui me apegar a uma foto, poesias, e creio que o resto foi minha imaginação.
Essa é a minha maldição: você está tatuado em mim. Em cada centímetro da minha pele. E nenhuma ex, irá lhe proporcionar uma entrega assim. Disso eu tenho certeza!
Em outras bocas, você irá imaginar como seriam meus lábios. Em outros braços, irá pensar no calor dos meus abraços. Em outros olhos irá enxergar os meus lhe fitando com todo amor e dor. Quando mãos passarem no seu corpo, irá imaginar como seria meu toque. Em outros cheiros, tentará identificar o meu. Em outras salivas irá buscar o meu gosto.
Assim como eu buscarei você. Essa é nossa maldição.


Ele diz:

não...Essa é a sua maldição, sua ilusão...Pois você não passará de uma doentia brincadeira.


Ela diz:

Você ainda vai saber que não sou uma doentia brincadeira. Quanto a minha maldição, minha ilusão, até acredito que seja. Hoje pergunto se você é real, ou fruto da minha imaginação. Pergunto se a partir de uma fotografia eu criei uma fantasia. Eu sei o que e quem sou. Mas será que você sabe quem é? Você não foi capaz de acreditar na sua intuição. Pois tenho certeza que me quis e que à noite desejará o calor do meu corpo sobre o seu. Nos dias de cansaço pensará como seria o descanso no meu colo. Pensará na maciez dos meus lábios aliviando suas feridas. Enfim, pensará em MIM.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 09/10/2007
Código do texto: T687059

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Quero você sim, meu menino...



Quero você sim, meu menino...
Como poderei viver sem este querer?
Ele me abranda,
Acalma minha alma.
Mesmo me fazendo sofrer.

Eu me perco,
Mas sempre me encontro em você.
Eu navego a deriva,
Muitas vezes sem saber o porquê,
Mas é este sentimento que me faz sentir viva.

Minto, minto descaradamente,
Quando digo não lhe querer.
É a dor por ser preterida,
É a solidão de quem não é querida.
É a amargura de quem não sabe esquecer.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 15/08/2009
Código do texto: T1754935

Já não lhe quero




Nua,
Crua,
Toda sua.

Sem pudor,
Se entrega
No mais autêntico amor.

Solidão,
Cama vazia,
Amargura no coração.

Lição aprendida,
A cama é um complemento
A verdade está na cumplicidade dividida.

Já não lhe quero,
É um bom amante,
Mas não é o homem que espero.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 15/08/2009
Código do texto: T1754920

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

quero voar...




Coração ama demais

Sou ferida aberta
Sangria sem alento
Minha jornada é incerta,
Mas com propósito atento.

Se por um lado tropeço,
Meu coração se entrega em choro profundo
Por outro lado cresço
Minha razão busca abraçar o mundo.

Maldito Coração! Sempre na contramão.
A razão me remete à vida,
E ele se esvai no chão.

Dualidade que me confunde,
Coração ama demais
E a razão me diz: Jamais!

Mel L Frankust Publicado no Recanto das Letras em 13/08/2009
Código do texto: T1751249

quero desabrochar... viver!

Sutilmente (Skank)

Composição: Samuel Rosa / Nando Reis

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

segunda-feira, 10 de agosto de 2009




Ultimato ao meu rei

Ausente um pouquinho
mas não abuse,
Se sumir de novo
Revolta no povo!
Vamos destruir nosso ninho!!!

Quero voar,
Cantar,
Na luz do luar... dançar!

Mas se meu rei,
Indiferente fica,
Já nem sei,

Clamo o povo,
Armaduras vestirei
Pois com o peito de aço
Saudades não sentirei.

Partirei para outro reino qualquer
Nem senhora, nem escrava
Apenas uma alma de mulher.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 10/08/2009
Código do texto: T1747455

" Uns tocam-nos o corpo sem nunca nos terem
tocado a alma e outros tocam-nos a alma sem
nunca nos terem tocado o corpo."
__W. Grinberg__

terça-feira, 4 de agosto de 2009


Poetisa Profana


Poetisa eu sou, inspirada nos fulgores da vida.
Fiz versos para quem chegava empunhando punhais.
Cortando minhas doces rimas com a alma fria coberta de metais.

Fiz versos para quem partia arrastando, mendigo de amor!
Via as imagens da vida retratada nas minhas rimas com fervor.
È o que tenho para deixar de legado, quando o último suspiro tiver chegado.

Fiz versos com a mão sangrando e a alma doente,
Eram clamores de um ser de amor carente.
Mesmo insana nunca fui uma poetisa profana.

Quando descrevi meu amor, com sonhos irreais.
Nunca usei contra ti, palavras que fossem desleais.
Sou uma poetisa com alma de gente, que te amou perdidamente.

Mel L Frankust
Publicado no Recanto das Letras em 06/09/2007
Código do texto: T641505

segunda-feira, 3 de agosto de 2009


ainda te necessito
(pablo neruda - tradução lustato tenterrara)


"ainda não estou preparado para deixar-te
não estou preparado para que me deixes só.

ainda não estou preparado pra crescer
e aceitar que é natural,
para reconhecer que tudo
tem um princípio e tem um final.

não estou preparado para não te ter
e apenas te recordar
ainda não estou preparado para não poder te olhar
ou não poder te falar.

não estou preparado para que não me abraces
e para não poder te abraçar.

ainda te necessito.

e ainda não estou preparado para caminhar
por este mundo perguntando-me: por quê?

não estou preparado hoje nem nunca o estarei.


"Ao te perder,tu e eu perdemos.
Eu porque tu eras quem eu mais amava
E tu porque eu era quem te amava mais.
No entanto, de nós dois, tu perdeste mais que eu,
porque eu poderei amar a outra como amava a ti,
mas a ti não te amarão como te amava eu.”



Ernesto Cardenal


Fernando pessoa

não sei quantas almas tenho.
cada momento mudei.
continuamente me estranho.
nunca me vi nem acabei.
de tanto ser, só tenho alma.
quem tem alma não tem calma.
quem vê é só o que vê,
quem sente não é quem é,

atento ao que sou e vejo,
torno-me eles e não eu.
cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
sou minha própria paisagem;
assisto à minha passagem,
diverso, móbil e só,
não sei sentir-me onde estou.

por isso, alheio, vou lendo
como páginas, meu ser.
o que segue não prevendo,
o que passou a esquecer.
noto à margem do que li
o que julguei que senti.
releio e digo : "fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu