domingo, 16 de dezembro de 2007

Lúcia:

FLORAÇÃO DA BARRA DO DIA*

Quando do pote eu levanto a moringa
a formiga que há em mim, desaparece
como se fosse a lágrima que ainda restinga
e que das minhas fraldas, desacontece

o sertão é uma flor que não me cabe
sou assim como um assum que vai me chamando
é um som que não me esqueçe , como tudo que você sabe
uma ribeira, uma canseira, uma baladeira e tudo que vive sonhando

quando eu te quero, eu sou um doce de família
eu te procuro como aquela fonte da memória
e não me esqueço daquele beijo que tanto humilha
sou eu que sei, daquela estrela, sou eu você e a sua glória

não se incomode, tudo são rios e eu te quero bem
tenho mil asas igual a um corvo que te faz flanar
você se lembra, eu misturei flores com o além
igual aquela corda que estica pra lá e pra cá

e no varejo do trem que nós estamos
a vida é uma história que passa por suas umbrelas
somos como rostos do qual restamos
ao convívio das suas lágrimas, como cachoeiras tão íntimas das suas velas

Cgurgel *

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